De acordo com Sharyl Attkisson, jornalista americana na área da investigação, as fake news (noticias falsas), têm origem na Wikipédia, Google e indústria farmacêutica, entre outras organizações e são criadas para que alguém  obtenha benefícios económicos e políticos.

Na verdade, uma outra pergunta deve ser colocada a quem cria e divulga tais notícias. Assim como, a quem as ouve e aceita, sem questionar a sua exactidão.

Será que estas notícias, de veracidade e origem duvidosas, são uma novidade dos tempos modernos?

Ou, será que a internet, uma quase inexistência de ética no jornalismo e uma necessidade de lucros milionários e imediatos, alimentam a meteórica divulgação de tais “factos”?

Na verdade, ao longo da História nacional e mundial sempre existiram notícias “fabricadas” por políticos  e pelo poder económico. Num rápido olhar para o passado e para os vários conflitos que aconteceram no Mundo durante o séc. XX, percebe-se que as versões oficiais, divulgadas pelos governos e imprensa, tinham muito pouco de verídico e fidedigno sobre  o que aconteceu com soldados e as populações dos vários lados da questão ou conflito.

Olhando para o caso da Guerra do Ultramar que aconteceu entre 1961 e 1974, percebemos que estamos perante um acontecimento alimentado e condicionado por “fake news”. Este, é um dos exemplos, em que as notícias que chegavam das províncias ultramarinas ao Portugal, fechado ao Mundo por uma ditadura, não passavam de mentiras e omissões.

Neste caso, as “fake news” eram mais “no news”, ou seja, eram escassas as notícias que chegavam dos campos de batalha, das guerrilhas e sobre uma renúmero, cada vez maior, de desertores do exército. Em substituição desta desinformação, chegavam imagens, via televisão, de jovens amedrontados pela morte, a fingirem uma estadia perfeita e feliz.

Durante o Estado Novo muitas outras “no news” escondiam mortes e tragédias causadas por calamidades naturais às portas de Lisboa e pelo país inteiro. Factos que todos viam, mas que fingiam não ter acontecido,levados pelo  medo e censura que silenciavam a sua divulgação nos órgão de comunicação social.

Estas, são apenas algumas, das imensas notícias falsas (ou não notícias), deturpadas ou mascaradas de acontecimentos “feitos à medida” que se vivenciaram dentro de portas de um país fechado sobre si e que só o tempo permitiu abrir uma brecha e os deixar à vista.

As “fake news” de que tanto se fala agora, não são diferentes, apenas resultado das mudanças dos meios de divulgação das mesmas. A internet e a era digital tornaram-se em vias rápidas para noticias manipuladas sobre políticas mundiais, guerras, terrorismo e uma hipócrita “liberdade de expressão”.

Passando dos envenenamentos de espiões russos em Londres, à manipulação de informação dos USA pelos russos e vice-versa, sem esquecer a Al-qaeda e seu eventual financiamento pelos americanos e por alguns países árabes, o comércio de armas e do petróleo, indústrias farmacêuticas e agroquímicos, constata-se uma utilização de “pseudo-verdades” que passaram a ser “moda”… até que outras surjam, sempre que for considerado necessário pelos tais interesses ocultos (ou nem tanto assim).

As redes sociais e algum jornalismo sensacionalista transformaram o famoso Dia das Mentiras, em algo corriqueiro e banal, em que a “verdade” é algo de que nunca se tem a certeza.

Na realidade, é que muitas outras situações na nossa sociedade se alimentam de mentiras e esquemas para enganar os outros com o objectivo de lucrar mais sem olhar a meios.