O projecto para a ferrovia de alto desempenho dedicada ao transporte de mercadorias entre Évora e Mérida tem obras marcadas para Março de 2019 e conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2022.

O troço Évora-Mérida, que vai fazer parte da Rede Transeuropeia de Transportes, é um projecto avaliado em 509 milhões de euros, sendo que cerca de metade deste valor será proveniente de fundos europeus.

O projecto para este novo troço vai permitir uma ligação mais eficiente entre os portos de Sines, Setúbal e Lisboa, e a fronteira com Espanha, encurtando o trajecto actual que é efectuado via Entrocamento.

A ligação vai ser construída em travessa polivalente, que permite a adaptação para circulação em bitola europeia, e terá de cumprir padrões de desempenho como electrificação total e a execução do Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário.

Desta forma, para cumprir determinados padrões, algumas linhas existentes, vão ser renovadas no âmbito do projecto.

Desempenho e não velocidade

A notícia do novo troço surgiu na imprensa nacional através da Lusa como sendo referente a uma linha de “alta velocidade” e não de “alto desempenho”, tendo o ministro do planeamento Pedro Marques clarificado a situação.

Segundo a Lusa, uma fonte europeia afirmou, depois de uma reunião entre a comissária europeia dos transportes, Violeta Bulc, e os ministros de Portugal, Espanha e França, que um projecto para uma linha de alta velocidade entre Portugal e Espanha tinha sido aprovado.

A Lusa acabou por questionar a fonte em relação a um esboço da Comissão Europeia sobre o troço Évora-Mérida que indicava que a “secção transfronteiriça tratará um importante elo em falta na conexão de alta velocidade entre Lisboa e Madrid”. A fonte garantiu que este cenário em Portugal é “uma visão, uma orientação”.

O ministro do planeamento e infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que o projecto inicial tinha três linhas, duas dedicadas ao transporte de passageiros em alta velocidade, e uma terceira dedicada ao transporte de mercadorias. E garantiu que o projecto actual apenas inclui a linha dedicada ao transporte de mercadorias.

“É uma linha muito importante e muito prioritária para o país e absolutamente consensual”, acrescentou Pedro Marques, afirmando ainda que com estas infraestruturas, o país vai ficar mais competitivo “nomeadamente os nossos portos na ligação a Espanha e na ligação europeia”.

A Comissão Europeia felicitou “o compromisso renovado de Espanha e de Portugal para criar uma ligação ferroviária convencional entre Évora e Mérida” e garantiu que “contrariamente a alguns relatos e alegações, a Comissão não exige que esta secção seja de alta velocidade”.