Neste momento, Donald Trump já revelou ao mundo que os EUA irão retirar-se do acordo nuclear assinado com o Irão e com a Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia.

O presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel e o o chefe da diplomacia do Reino Unido, Boris Johnson, já tinham viajado até Washington na tentativa de convencer Trump a continuar no acordo.

Mas como ficarão as relações entre os EUA e o Irão depois da decisão tomada pelo presidente americano? Vejamos o que dizem alguns jornais portugueses.

 

“Irão ameaça que EUA vão arrepender-se “como nunca” se saírem de acordo nuclear” (Jornal de Notícias, 6 de maio de 2018)
  1. O Irão advertiu este domingo que os Estados Unidos vão arrepender-se “como nunca” se decidirem deixar o acordo internacional nuclear iraniano, como uma ameaça ao presidente norte-americano, Donald Trump.
  2. “Se os Estados Unidos deixarem o acordo nuclear, logo verão que irão arrepender-se como nunca antes na história”, disse o presidente iraniano, Hassan Rohani, num discurso em Sabzevar, no noroeste do Irão, transmitido pela televisão pública.
  3. O presidente iraniano disse que “há vários meses deu as ordens necessárias”, inclusive à Organização de Energia Atómica do Irão (AIEA), em antecipação à decisão de Trump, sem fornecer mais detalhes sobre a natureza dessas instruções.
  4. Na quinta-feira, o assessor de assuntos internacionais do aiatola Ali Khamenei, foi mais longe, advertindo que o Irão deixaria o acordo nuclear se Washington implementasse a sua ameaça.

 

“Irão «não ficará» no acordo nuclear se EUA saírem” (Jornal de Notícias, 3 de Maio de 2018)
  1. O Irão “não ficará” no acordo nuclear de 2015 se os Estados Unidos saírem, declarou hoje um alto responsável iraniano, numa altura em que o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar abandonar o pacto a 12 de maio.
  2. “Se os Estados Unidos se retirarem do acordo nuclear, nós também não ficaremos”, disse Ali Akbar Valayati, conselheiro do Guia Supremo para os assuntos internacionais, em declarações divulgadas pelo ‘site’ da televisão estatal iraniana.
  3. “Apenas quero dizer que, seja qual for a decisão (de Trump), será necessário preparar uma negociação mais ampla e um acordo mais amplo, porque creio que ninguém quer a guerra na região e ninguém quer uma escalada de tensões na região”, disse Macron, respondendo a uma pergunta de um jornalista.
  4. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje para que Donald Trump não rejeite o acordo nuclear com o Irão, alertando que existe um risco real de guerra se o acordo terminar.
“Irão avisa Trump que poderá retomar programa nuclear se EUA romperem acordo” (Observador, 22 de abril de 2018)
  1. Chefe da diplomacia iraniana avisa Trump que se rasgar o acordo, os EUA vão “sofrer consequências” e que essas “não serão agradáveis”. Mohammad Zarif admite mesmo retomar o programa nuclear.
  2. O chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, avisou Donald Trump que se cumprir a ameça de cancelar o acordo nuclear que Washington assinou com Irão em 2015, os Estados Unidos vão ter de “sofrer as consequências”.
  3. O iranino avisa, desde já, que essas consequências “não serão agradáveis” para Washington e admite retomar o programa de enriquecimento de urânio.
  4. Numa entrevista concedida ao The Guardian na residência oficial do Irão em Nova Iorque, com vista para o Central Park, Zarif admitiu que a Administração Trump tem sempre a “opção de matar o acordo, mas vão ter que sofrer as consequências (…) Nós vamos depois tomar a nossa decisão com base no nosso interesse e segurança nacional quando chegar a hora”. E subiu o tom da ameaça: “Mas seja o que for, não será muito agradável para os Estados Unidos, isso posso dizer desde já“.
  5. “Não acho que um país que tem violado o acordo pelo menos ao longo dos últimos 15 meses esteja em condições de fazer novas exigências“, acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
  6. “Os EUA (ao dizerem que não querem o acordo) estão a enviar uma mensagem muito perigosa para o povo iraniano e para o resto do mundo”, diz o iraniano, que acrescenta que “a situação criou uma impressão generalizada que os acordos não importam”.