Aves de Angola
Um projecto da empresa espanhola Promised Land Ventures SL (PLV) começa a ser implementado este ano em Angola para promover o aviturismo. A empresa começa por propor uma caminhada, em trilhos também usados para  iclismo de montanha e escalada, onde se pode observar os mais diversos tipos de aves da fauna angolana.

 

Este é um projecto inserido num memorando de entendimento assinado entre o Ministério do Turismo e a empresa espanhola. A iniciativa foi  apresentada  durante o II Conselho Consultivo do Turismo, que decorreu de 03 a 05 de Outubro, no Lubango. O acordo começou a ser executado a 8 de Agosto de 2019 e a primeira fase da sua implementação vai durar 18 meses.

Falando hoje à Angop, no Lubango, um dos administradores da sociedade PLV, Noam Shany, disse que o país tem 15 espécies endémicas de aves (pássaros vulgares), que não existem em nenhum outro país do mundo. A par de outras 31 espécies com distribuição limitada, que ocorrem só em Angola e na República Democrática do Congo e que são consideradas perigosas. O país tem ainda uma lista de 962 espécies capazes de atrair o turismo dos vários países europeus.

Noam Shany declarou ainda que o projecto vai ter duas fases, sendo que a primeira, com duração de um ano e seis meses, vai basear-se em actividades estruturantes com a preparação das bases do produto. Numa segunda fase, trata-se de melhorar a captação de divisas, gerar emprego, através do turismo, e posicionar Angola no mercado turístico internacional. O projeto prevê também nomear os primeiros “turistas embaixadores“ e produzir materiais para promoção do país.

Realçou que para alcançar tal objectivo estão a apostar na organização do produto com a elaboração da primeira rota turística com informação relevante, formação de guias locais, avaliação das estratégias de conservação do sítios, início de um projecto de Turismo Rural Comunitário no Morro de Moco (Huambo) e a edição de um livro com o título “Aves de Angola”.

“Temos de identificar novos sítios de interesse para o turismo, capacitar o sector privado angolano, preparar um vídeo promocional, apresentar e representar o país nas feiras internacionais especializadas, convidar operadores internacionais especializados a conhecer o país e preparar uma campanha nas redes sociais”, acrescentou.

O administrador salientou que o ecoturismo é o tipo de turismo que mais cresce actualmente no mundo, cujos avituristas ou observadores de aves são ecoturistas que viajam pelo mundo a busca de espécies novas para as suas listas e muitos dos casos chegam a destinos com pouca infra-estrutura turística.

Disse estimar-se que em 120 milhões, o número de observadores de aves no mundo, e a economia gerada por eles soma mais de 60 mil milhões de dólares anualmente, sendo que normalmente visitam um país por duas a três semanas e chegam também a sítios remotos do seu destino.

Referiu que, só nos primeiros dois meses do projecto, conseguiram a primeira presença de Angola na maior feira especializada do mundo, na Inglaterra, uma selecção preliminar de operadores para uma Famtrip, ajudar dois operadores internacionais a organizar viagens para Angola em 2021 e a elaboração de um rascunho para um artigo sobre aviturismo em Angola para uma revista norte americana.

Noam Shany destacou que os guias locais são fundamentais para melhor interpretação da natureza, bem como para a  geração de emprego local e melhoria da auto-estima da população, assim que estão inicialmente a ministrar formação em 12 diferentes localidades ao longo da rota turística e em cada localidade. A formação vai decorrer por período de um mês.

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