A ida para a universidade é um grande passo na vida de qualquer jovem. Muitas vezes significa deixar a casa dos pais, mudar de cidade. E no caso de Cristiana Pinto e Dinis Silva esse passo é ainda maior. Sair de casa dos pais, significa mudar de país e encarar uma vida de estudante/trabalhador. Os dois alunos escolheram a Anglia Ruskin University, em Cambridge, para onde vão em setembro, através da Ok Estudante.
A saída do ninho
O primeiro impacto tiveram agora na visita de dois dias para conhecer a universidade britânica. Dinis Silva ficou encantado com a faculdade de ciências, onde vai estudar Ciências da Computação. “Foi espetacular e não tem a ver com as universidades de Portugal, tem tudo a nível de ponta.” Seguir o sonho, em Portugal, seria mais difícil, defende o jovem, por considerar que o país ainda não está desenvolvido na área da programação, o caminho que quer seguir.
O fascínio do jovem de Barcelos leva-o a não hesitar nem um segundo perante a perspetiva de sair de Portugal e viver sozinho. “Sou uma pessoa que se adapta bastante facilmente”, sublinha.
Não receia ter de trabalhar para pagar o curso – como faz a maioria dos estudantes portugueses que a Ok Estudante coloca nestas universidades – ou separar-se dos pais. O único receio de adaptação é mesmo… “o frio”.
Dinis espera fazer os estudos em Cambridge e depois rumar aos EUA para mestrado ou trabalho. Aliás, ir para fora sempre foi uma das hipóteses em cima da mesa. Inglaterra acabou por ser uma agradável surpresa – quando a psicóloga veio à sua sala recolher interessados para assistir à palestra da Ok Estudante –, depois de ter percebido que na Dinamarca “não havia o curso em inglês” e que nos EUA “as propinas e o custo de vida são impossíveis”.
E o trabalho em Cambridge não o assusta: “É preciso é a pessoa ter dedicação e querer trabalhar.” É essa a experiência que os portugueses que já aqui estudam têm para contar. A maioria trabalha no comércio local ou até na universidade.
Cristiana Pinto estava também sem saber muito bem como seguir o seu sonho. Dividida entre animação e ilustração, depressa ficou a saber que nenhum curso em Portugal juntava as duas áreas. Tudo mudou, enquanto fazia voluntariado e teve de participar num evento da Ok Estudante. Estava a ajudar na promoção da empresa e depressa foi a própria que ficou convencida.
A estudante do Porto teve apenas que convencer o pai – mais galinha – de que ia aguentar estudar longe de casa. Mas agora é ele a dar-lhe força. “Já tive assim uma experiência menos boa, liguei-lhe e ele é que me disse ‘então para quem queria ir para fora, agora estás para aí a chorar’. Comecei a rir e passou logo.”
Cristiana sabe que vai ter dias bons e dias maus, que fazem parte do crescimento e da experiência. Mas não tem dúvida que o seu futuro passa por Cambridge.