Ex-primeira dama americana morre aos 92 anos, depois de uma doença prolongada. Mulher e mãe de dois presidentes, incansável defensora da alfabetização no seu país, foi por muitos apelidada de “matriarca” de uma geração de políticos norte-americanos.

Doente há algumas semanas, Barbara Bush recusou novos tratamentos médicos e tornou público que queria passar os seus últimos dias no “conforto” de sua casa com a família. Morreu esta terça feira, dia 17 de abril aos 92 anos, aquela que foi eleita a primeira dama mais popular dos últimos 25 anos, segundo uma sondagem da NBC. No comunicado do gabinete da família Bush, avançado pela Associated Press, é referido a “incansável defesa pela alfabetização no seu país”, assim como “a saúde frágil, após uma série de internamentos”, resultantes de problemas cardíacos e pulmonares crónicos.

A “avozinha da américa” como muitos lhe apelidaram, deixa o seu marido e 43º Presidente George H W Bush, com quem foi casada durante 72 anos, assim como cinco filhos, entre os quais George e Jeb Bush, dos quais foi conselheira política. O ex-presidente e filho de Barbara, falou sobre a perda da mãe, salientando a “primeira dama incrível que trouxe leveza, amor e alfabetização a milhões de pessoas”. Jeb Bush, ex-governador da Florida, também se manifestou, expressando a “sincera gratidão por tanto amor e apoio” assim como o “privilégio de ser filho de uma força da natureza”.

Braço direito de George H W Bush durante 30 anos de carreira, tornou-se primeira dama em 1988, deixando a Casa Branca em 1993. Mulher de raciocínio rápido e língua afiada, eram constantes as referências ao seu mau humor, defendendo acerrimamente o marido, o filho e tendo sido conselheira presidencial de ambos, durante a sua carreira política.

O actual presidente norte-americano, Donald Trump, lamentou a morte da ex-primeira dama num comunicado divulgado no Twitter: “eu e Melania juntamo-nos para celebrar a vida de Barbara Bush como esposa, mãe, avó, esposa de um militar e ex-primeira dama, que reconheceu a importância da alfabetização como um valor familiar e lembrada pela devoção ao país e à família. Bill Clinton, por seu lado, lembrou “uma mulher notável, corajosa, graciosa, que esteve sempre presente no apoio à família, amigos, país e suas causas. Também o casal Obama, através de um comunicado, salientou a sua trajetória de vida, como “pedra sólida de uma família dedicada ao serviço público”.

Nascida Barbara Pierce, cresceu no subúrbio de Rye, Nova Iorque. E foi num baile universitário a 25 de dezembro de 1941, que a futura primeira-dama viria a conhecer um estudante da Phillips Academy, Massachussets, por quem se apaixona profundamente: chamava-se George H W Bush. Um ano depois ficam noivos, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, onde George participa como piloto da força aérea. Dos seis filhos do casal, um (Robin) viria a morrer ainda criança, vítima de leucemia. Barbara Bush recusa-se a tingir o cabelo, que começa a ficar grisalho, dizendo que “cabelos tingidos não lhe caíam bem”, e atribuindo a cor à imagem que tinha perante o público: “a avó de todo o mundo”.

Manteve-se ao lado do marido durante todos os grandes momentos da sua vida política. Enquanto sendador do Texas, cuidava da família em Houston, ou na residência da família no Maine. George H W Bush entra finalmente na Casa Branca como vice-presidente de Ronald Reagan, antes de vencer as eleições em 1988. Como primeira-dama, Barbara elege como uma das suas grandes causas a alfabetização do país. Uma sondagem realizada em 2014 pela NBC em parceria com o Wall Street Journal coloca Barbara como a primeira-dama mais popular dos últimos 25 anos, empatada com Hillary Clinton. Escreveu dois livros, “Millies Book” em 1990, assim como a sua autobiografia, “Barbara Bush: a Memoir”, de 1994, tendo adiministrado a sua própria fundação, Barbara Bush Foundation.

No comunicado da sua morte, o gabinete do seu marido sublinha a “uma defensora implacável da alfabetização familiar”.

Percorra a fotogaleria para ver alguns dos momentos na vida de Barbara Bush.

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Barbara, quando ainda usava o apelido Pierce, numa foto após a sua formação, na Carolina do Sul, em 1943.