O país de “Sua Majestade” continua a manter o estatuto de principal destino dos portugueses que decidem viver no estrangeiro, mesmo depois da ameaça do “Brexit”, votado em referendo pelos britânicos em Junho de 2016.

O Reino Unido recebeu em 2017 mais de 22.600 cidadãos nacionais, o número mais baixo desde 2012 e aquém das mais de 30 mil entradas verificadas nos quatro anos anteriores, mas ainda se posiciona como a primeira escolha lusa para fazer vida no exterior, apesar do panorama actual de incerteza sobre o futuro da nação que decidiu deixar a União Europeia.

As estatísticas reunidas pela Observação da Emigração indicam que a França tendencialmente será o segundo país com mais portugueses aí chegados, ainda que os números mais recentes digam respeito a 2014 (ver gráfico).

A Suíça encontra-se em terceiro lugar nesta classificação, mas também aí tem diminuído o número de portugueses que chegam para se fixar. As mais de 9.200 entradas que ocorreram em 2017 são menos de metade das mais de 20 mil que aconteceram quatro antes.

A Espanha recebeu pouco mais de 9 mil portugueses, o que representa um aumento consecutivo nos últimos anos e o valor mais elevado desde 2009, enquanto na Alemanha, pelo contrário, tem decrescido ligeiramente o número de cidadãos nacionais que aí pretendem residir.

Os países mais escolhidos fora do continente europeu

Angola e Moçambique mantêm-se entre os dez principais destinos para emigrar por parte dos portugueses, mas ambos os países africanos registaram os fluxos de chegada mais baixos dos últimos cinco anos.

No Brasil, cujos dados mais recentes remontam a 2015, acontece o mesmo, com a entrada de cerca de 1.300 lusos nesse ano. O país de expressão portuguesa contudo é a principal direcção para aqueles que escolhem o continente americano, à frente de outros dois destinos tradicionais da diáspora portuguesa – Estados Unidos (939 entradas em 2017) e Canadá (com 785).

Fonte: Observatório da Emigração

“Um sol-nascente” para a emigração portuguesa

Com a progressiva alteração e diversificação do perfil do emigrante luso, outras paragens afirmam-se como novas possibilidades para se construir um novo percurso de vida.

No continente europeu os países nórdicos são cada vez mais uma opção alternativa para a emigração lusa: mais de 1.700 portugueses em 2017 escolheram a Escandinávia, com 642 que chegaram à Dinamarca, 390 à Noruega, um recorde de 375 na Suécia e 270 que foram para a Islândia. Na Finlândia não chegaram à centena.

Uma geografia longínqua com um crescente interesse por parte daqueles que deixam Portugal é o Japão. Em 2017 rumaram a terras nipónicas 248 portugueses e nos últimos dois anos foram quase meio milhar. O país do “sol-nascente” já é o primeiro destino nacional na Ásia, em contra-ciclo com Macau, que tem merecido menor interesse (apenas 100 entradas) e que foi até ultrapassado por Hong Kong (181).