Patrícia Motta Veiga, autora do livro  “Afinal as feministas até gostam de homens” fala dos motivos que a levaram a escrever sobre uma temática controversa e muitas vezes sexista. Este trabalho resultou de um longo processo repartido entre a aprendizagem de vida, que lhe permitiu criar sua própria opinião e as dificuldades que lhe surgiram no caminho.

Feminismo versus machismo, um debate, aparentemente, com regras pré-estabelecidas, mas que esconde muitos preconceitos e falsos conceitos.

As condições sócio-económicas vigentes na sociedade actual mostraram-lhe a necessidade urgente de uma discussão sobre a causa feminista (Direitos de Igualdade) e a sua real implementação em Portugal e no Mundo.

Um trabalho que parecia simples, transformou-se numa investigação que demorou cerca de dois anos, o tempo indispensável para a conclusão do livro. E, como nem sempre, falar em tom demasiado sério, sobre um tema de difícil discussão é a melhor solução, a autora apostou no humor.

Reconhecendo que vivemos num mundo machista, em que as regras foram criadas pelo homem e em que a violência sobre as mulheres e a desvalorização profissional e económica das mulheres são as “pontas de um iceberg” com o nome de Desigualdade de Direitos Humanos, é urgente perceber o que é machismo e feminismo.

“O machismo é um conceito que defende que os homens são superiores às mulheres, que são mais fortes, mais capazes e é a eles que cabe a liderança social, familiar e política. Que recusa a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres. O machismo objetifica a mulher e pretende dominá-la. O machismo é contra as mulheres, mas o feminismo não é contra os homens.” Pág. 18

E “O feminismo não é o contrário de machismo…”, de acordo com a autora, “A corrente principal, aquela onde me encontro, diz que as mulheres e os homens têm os mesmos direitos e os mesmos deveres, e devem ser tratados segundo as suas características particulares, independentemente do género.”

Na verdade, a desigualdade entre homens e mulheres é um facto na sociedade
actual. Mas, também é utilizada como insulto a cada um dos lados da questão. Numa reportagem feita na Reportagem RTP1 – A Praça (4:35m) , perante as respostas obtidas sobre o feminismo percebe-se que existem muitas contradições entre os intervenientes.
Um exemplo disso, é uma das respostas obtidas “…sou feminista, mas o homem deve trocar o pneu do carro.”

“Existe uma enorme confusão entre ser feminista e feminina” e o que pode ou não ser feito por homens e mulheres. De acordo com Patrícia Motta Veiga, não nos podemos esquecer, que ambos devem ter direitos e deveres iguais, com o mesmo acesso a oportunidades de trabalho, às mesmas condições socio-económicas e culturais.

“O feminismo não se explica. Vive-se…”, a educação dos mais jovens é o único caminho para mudar mentalidades e preconceitos. Ensinando-os que as tarefas domésticas não são apenas obrigação das mulheres e que estas também podem e devem fazer tarefas convencionalmente masculinas.

Quem é Patricia Motta Veiga