A produção elétrica a partir de fontes renováveis em Portugal desceu para 42% em 2017, devido à quebra no setor hidráulico.
O peso da electricidade renovável face ao total da produção nacional diminuiu de 46% em 2016 para 42% em 2017. A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) justifica a descida de 4% com a falta de precipitação, que provocou a redução da produção hidráulica em Portugal, segundo o seu relatório anual.
Portugal continua dependente das fontes de energia fósseis, que representaram 58% da produção. O carvão contribuiu com 24,2% e o gás natural com 24,6% da produção total.
António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), considera que os 42% seria “impensável atingir há menos de 15 anos” se não houvesse investimentos na área.
“A forma mais rápida de descarbonizar a economia é através do aumento da eletricidade de origem renovável.”
António Sá da Costa, presidente da APREN
Eólico lidera renováveis
O sector eólico registou 21,6% do total da produção elétrica. As centrais que exploram a energia do vento foram as que mais contribuíram para evitar as perdas entre as renováveis.
O índice de eolicidade foi de 0,95, também abaixo do registado em 2016. Este índice quantifica as flutuações da produção de eletricidade de um parque eólico em torno de um valor médio, ou de longo termo. A diferença de valores deve-se normalmente ao regime de ventos próprios de cada região.
Solar pode crescer
A produção de energia solar em Portugal representou 1,5% do total em 2017. Apesar de residual, fonte da APREN admite que irá ganhar maior peso com os novos projetos que estão a ser desenvolvidos no Alentejo.
Neste contexto, a produção de energia renovável foi de cerca de 23 mil GWh (GigaWatts/hora), o que representou uma percentagem de 42% face à produção de energia elétrica em Portugal (56 mil GWh).